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21 de outubro de 2011

O fado

Falei no último post do fado. Darei um tempo nas questões de roteiro, do Parque das Nações, para falar dessa experiência surpresa que foi ouvir o legítimo fado português.  Comecemos com um pouco de história ... A palavra fado vem do latim fatum, ou seja, "destino". É a mesma palavra que deu origem às palavras fada, fadario, e "correr o fado".

Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os cânticos dos Mouros, que permaneceram no bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia, tão comuns no Fado, teriam sido herdadas daqueles cantos. Na verdade, não há registros do fado até ao início do século XIX. Numa outra teoria, a origem do fado parece despontar da imensa popularidade nos séculos XVIII e XIX da Modinha e da sua síntese popular com outros géneros afins, como o Lundu, no então rico caldo de culturas presentes em Lisboa, tendo como resultado a extraordinária canção urbana conhecida como "fado".

Meu maior medo era encarar aquele típico programa de índio. Queria o fado legítimo, o verdadeiro fado português. Fiz uma busca intensa na Internet e nos guias e descobri que o bairro de Alfama reúne os principais locais de fado da cidade. O site Fado.com reúne o que de melhor há na cidade, principalmente as casas de fado. Há ainda uma rádio para que curte o som triste e doído dos fadistas.

A casa que eu fui, Café Luso, reúne o show turístico até mais ou menos umas 22h e depois o "fado vadio", lindo de se ouvir. É uma das casas de Fado mais prestigiadas do país, fundada em 1927 e sua história confunde-se com a do próprio Fado, já que quase todos os grandes intérpretes cantaram por lá. O mais engraçado é, ao sair daquele ambiente escuro, carregado da melancolia do fado, dar de cara com uma multidão de adolescentes e jovens bebendo pelas ruas, no melhor estilo da Lapa. O Bairro Alto é hype, moderno e mesmo no frio ninguém se furta a ficar na ru. Nesse dia caprichei no vinho e subi e desci ladeiras repetindo o fado vadio, tentando curar o porre com aquele vento frio, cortante.

O fado veio junto com um maravilhoso bacalhau, duas garrafas de vinho e a descoberta de uma paixão. Comprei CDs e fiquei com aquele som lindo na cabeça por dias. Essa foi minha última noite em Lisboa. No dia seguinte, parti para o Porto.  



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