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21 de abril de 2014

Barcelona, onde comer

Viagens são momentos de extravagância. Quando estamos em casa, no dia a dia, muitas vezes nos recriminamos por querer beber uma cerveja ou uma taça de vinho antes do almoço ou "muito cedo". Quando viajamos, parece que colocamos todas as regras de lado e fazemos tudo aquilo que sai da rotina. E levamos ao pé da letra!

Comer demais é uma delas. Não de forma excessiva. Mas comer de tudo, muitas vezes. Conhecer novos sabores, temperos, cores, pratos e combinações. E não há melhor lugar no mundo para sentir o prazer de uma boa comida que Barcelona. 

Tapas, paellas, presunto Pata Negra, queijo manchego .. nada na comida catalã me causa horror. Pelo contrário! Tudo é bom, tudo é gostoso, tudo é saboroso. Ai, ai .. 

Estive em muitos lugares lá para comer e recomendo dois, que são na verdade parte de uma "cadeia" do chef Carles Abellan. Comecemos pelo Comerç,24. Restaurante chique, sem afetações, contemporâneo, de poucos lugares e atendimento especial. O menu degustação é grande, porém de porções bem pequenas. Mas muito saborosas. Sugiro fazer reserva e apreciar com calma cada opção que vem à mesa. Capriche na roupa, principalmente no frio, para combinar com o clima elegante. Aos domingos e segundas não abre e funciona de terça a sábado de 13h30 às 15h e das 20h30 às 23h. Fui no jantar e foi divino. Não espere gastar menos de 200 euros (para duas pessoas e com vinho incluído) porém, do serviço ao ambiente, passando pela comida, claro, o Comerç,24 é uma das boas pedidas de Barcelona. Endereço: Calle comerç, 24

Foto: Nara Franco
Já o Tapas,24 é descontraído, jovem, moderno, criativo e com tapas de comer chorando de tão bons. As mesas são compartilhadas e, na verdade, são balcões espalhados pelo pequeno ambiente. Os tapas são de temporada e dividem espaço com os tapas clássicos da catalunha. O cardápio fica exposto em quadros negros e os guardanapos, assim como todo o visual do restaurante, são lindos. O ambiente é bem jovem e a localização privilegiada: na Calle diputación, 269, transversal à avenida mais chique de Barcelona, o Passeig de Gràcia. Não aceita reservas e não abre aos domingos. Fica aberto das 9h à meia-noite e pode ser uma boa opção para um café da manhã diferente. Os preços são mais acessíveis e tudo, absolutamente tudo, é maravilhoso. Até a tradicional sobremesa catalã: chocolate com sal grosso e azeite.

Paella do Tapas,24
Foto: Nara Franco





7 de abril de 2014

Barcelona em 4 dias

AMO Barcelona. Acho que era catalã em minha última encarnação. Adorei a cidade e recomendo a visita. Apesar de um certo mau humor dos moradores locais no trato com os turistas, nada abala minha paixão pela cidade. 

Como minha irmã está indo para lá (inveja!) e me pediu um roteiro, vou dividir com vocês minhas impressões sobre a capital da Catalunha. Em quatro dias dá para conhecer os principais pontos turísticos da cidade. Mas se quiser ficar mais, aproveite. Barcelona agrada todos os sentidos. É bom de ver, de comer, de beber, de sentir. Uma cidade de cores, gente bonita, comida espetacular e descobertas surpreendentes. 

Como já falei aqui do Parque Güell, vou deixar de fora desse roteiro específico. 

Dia 1 - Passeig de Gràcia e Gaudí

Dependendo de onde você se hospedar, pegue o metrô e desça na estação Catalunya. Ela fica na Plaça de Catalunya, um espécie de centro nervoso de Barcelona. Não é linda de morrer, tem gente saindo pelo ladrão, mas é um ponto central da cidade. El Corte Inglés, a loja de variedades mais conhecida da Espanha está lá. Monumental. Para quem gosta de boas compras, indico a Zara, que tem preços ótimos. Caminhe em direção ao Passeig de Gràcia, a avenida mais chique de Barcelona. 

Uma dica? Procure pela loja da Apple e siga em frente. O Passeig de Gràcia concentra lojas de grife, bons restaurantes e bares. H&M, Adidas, Tommy Hilfeger, entre outros, estão lá. Uma boa pedida é almoçar na avenida. 

Importantíssimo: os espanhóis almoçam até no máximo 14h. Depois desse horário tudo fecha. Fecha mesmo! Então não deixe para almoçar tarde. Em geral os restaurantes cobram um preço fixo por entrada, prato principal, sobremesa e uma taça de vinho. Come-se muito bem por 18 euros, por exemplo. É uma tradição espanhola cujo custo benefício é maravilhoso. Eu fui ao Pomarada (Passeig de Gràcia 78) e comi muito bem. 

Siga pelo Passeig de Grácia até o número 43 e fiquei boquiaberto com a primeira obra de Gaudí que seus olhos irão admirar: a Casa Batlló

Foto: Nara Franco
Dica: nenhuma obra de Gaudí deve ser vista com pressa. São tantos detalhes, que cada local merece um tempo. Vá com calma e aprecie as pirações deste gênio. Meu queixo caiu quando bati o olho na casa. 

Construída entre 194 e 1906, é de uma originalidade ímpar. Tem esse nome porque pertencia a rica família do industrial Josep Batlló i Casanovas, que por ser um cara de vanguarda, resolveu contratar Gaudí para reformar a casa onde morava. O que ele queria era algo sem precedentes na cidade. Claro que conseguiu. 

Se por fora a Batlló é maravilhosa, por dentro é incrível. Recomendo alugar o audioguia para entender os meandros da casa, os detalhes e tudo mais que ela oferece. Para entrar paga-se 21,50 euros. A compra pode ser feita com antecedência aqui. Mas vale gastar esse dinheiro todo? Se a grana estiver apertada e você só puder visitar uma obra de Gaudí, escolha a Sagrada Família. Se der para ir em duas, abra mão de La Pedrera. Eu acho a Batlló imperdível. Pela modernidade, pelas surpresas e pela maravilha que ela é. Funciona de segunda a domingo das 9h as 21h. 

Ah! Com iluminação especial, a casa de destaca na avenida durante à noite. Claro que tem um banquinho bem em frente para o visitante apreciar a fachada da casa. Tire uma bela foto e viaje na louca imaginação de Gaudí. 

Do lado da casa Batlló, tem a casa Amatler, outra jóia da arquitetura catalã. Quando eu fui estava em reforma então não pude aprecia-la devidamente. A casa na verdade é um centro cultural que abriga importantes obras da arte hispânica, desde livros até fotografias. É muito menos ousada que a Batlló, mas lindíssima. 

Siga adiante curtindo as vitrinas e o vai e vem chique de Barcelona. No número 39, para quem se interessar pelo tema, há o museu do perfume. Dependendo do horário, você pode fazer duas coisas: seguir em frente até La Pedrera ou pegar o metrô até a estação Jaume I para conhecer o Museu Picasso.  

Particularmente, acho cansativo ver duas obras de Gaudí no mesmo dia. Elas são grandes, com muitos detalhes e cansativas se você já está esgotado de um grande passeio. Mas, cada um sabe onde dói o calo. Se a sua opção for seguir adiante, bastar caminhar 500 metros. 

26 de março de 2014

Barcelona - Parque Güell

De todos os devaneios do Gaudí, o Parque Güell foi o que menos gostei. Talvez por ter feito uma baita besteira de ter entrado pelo lugar errado depois de ter andado a vida. Foi uma burrice daquelas, porque o parque é grande e sempre que perguntava por ele, alguém respondia: "logo ali". Quando cheguei ao parque estava exausta!

Mas o pior estava por vir: quando enfim cheguei, dei de cara um rapaz se masturbando em pleno ponto turístico!!! Um encontro que durou uns cinco segundos. Horríveis cinco segundos. E eu não estava sozinha! (Graças a Deus). Fiquei horas procurando um guarda para falar do tarado (tinham muitas crianças no parque) e nada. Acredito que tudo isso tenha prejudicado um pouco minha percepção sobre o Güell. 

Foto: Nara Franco
O que não significa dizer que é feio, que não vale a ida. Sim, tem que ir. Mesmo que seja a sua última opção entre as obras de Gaudí. O parque nasceu de um projeto de urbanização da antiga vila de Gràcia. Seu patrocinador foi o mecenas de Gaudí, Eusebi Güell. A ideia original era fazer casas no local, mas das 40 previstas só duas foram construídas. Uma foi ocupada pelo próprio Guadí e a outra é hoje a Casa Museu Gaudí (os pavilhões de abertura como são chamados, como este da foto à direita). 

O arquiteto trabalhou nas obras do parque entre 1900 e 1914. Na verdade, o projeto original foi um fracasso e acabou vendido ao município de Barcelona em 1922. Então virou mesmo um parque onde o visitante tem o privilégio de andar entre obras do genial Gaudí. Em 1984, foi considerado pela UNESCO Patrimônio da Humanidade. A casa da foto foi a residência de Gaudí por 20 anos. Achei o museu modesto para o tamanho do gênio que foi o arquiteto catalão. 

Uma curiosidade: a cruz que vemos no topo da torre na foto não é a original, que foi destruída durante a Guerra Civil Espanhola e substituída por uma cópia que, dizem, não foi muito fiel à original. Tudo ali é cheio de detalhes e segredos que Gaudí foi colocando ao longo dos anos de trabalho. Vale uma visita guiada se você for muito fã de arquitetura. Tem fontes, escadarias, a sala Hipostila, desenhos com mosaicos incríveis, a Praça Oval (de onde se tem uma linda vista de Barcelona) e o famoso banco ondulante. 

Detalhe do banco ondulante
Foto: Nara Franco

São MUITOS detalhes. Então vá com calma, vá duas vezes, escolha um dia de céu azul e bonito, evite horários de pico, não toque no "El Drac", o dragão ou salamandra famosérrimo que recebe os visitantes longo na entrada, leve água e lanche (as coisas podem ter mudado, mas quando eu fui não tinha lanchonetes), use sapatos confortáveis e tenha paciência com os enormes grupos de turistas que frequentam o local. 


Serviço:

Como chegar: Linha 3 do Metrô. Descer na estação LESSEPS e siga as placas (é bem sinalizado). 

De ônibus: linhas 24, 31, 32, H6, 92, ônibus turístico linha AZUL

Desde 25 de outubro de 2013 a entrada DEIXOU DE SER GRATUITA. 

Compre aqui seu ingresso.

É permitida a entrada de cães non parque, então não estranhe. Há banheiros no local. 

Funciona de 8h às 21h. Mas não recomendo ir à noite. 


21 de março de 2014

O Arco do Triunfo e a Marselhesa

Tenho uma certa queda por museus e locais que falam das duas grandes guerras. Principalmente da Segunda Guerra Mundial. Acho muito bonito a maneira como os Europeus homenageiam àqueles que deram a vida pela pátria. Por isso uma certa fascinação pelo Arco do Triunfo. 

Foto: Nara Franco
Fui pesquisar curiosidades sobre o local e descobri que Napoleão Bonaparte, morto em 1821, mesmo tendo mandado construí-lo não viveu o suficiente para vê-lo pronto. Projetado pelo arquiteto Jean-Françoise-Thérèse Chalgrin, o arco tem 50 metros de altura e 45 metros de largura. 

Napoleão, cujo ego conhecemos bem, decidiu construí-lo para glorificar seus exércitos. A ideia era copiar arcos triunfais que os romanos construíam, ainda na Antiguidade, para comemorar as vitórias de seus generais. Jean Chalgrin copiou várias características do arco de outro monumento de Paris, a Porte St-Denis, edificada entre 1671 e 1674. 

Mas o melhor do monumento você pode apreciar em cada um dos seus quatro pilares: o Triunfo da Paz, a Resistência e a Marselhesa. Esta última tem um detalhe magnífico dentro do museu do arco. É uma escultura belíssima que pode ser vista na foto (distante) ao lado direito. Não à toa, é o hino francês. 

Um pouco de história
Na noite do dia 25 para o dia 26 de abril de 1792, um jovem oficial de 31 anos de idade, Claude Joseph Rouget de Lisle, compõe uma canção de guerra para incentivar a coragem e a bravura das tropas francesas em plena guerra contra a Áustria. Na época, ele fazia parte de um batalhão em Estrasburgo cujo nome era bastante significativo: “Os filhos da pátria”.

Em um mês, a obra torna-se conhecida em todo o território francês e chega a Paris em julho de 1792, sendo entoada pelos marselheses, defensores da pátria em perigo. Em algumas semanas, o hino ganhou o título de A Marselhesa. Seu êxito foi tão grande que recebeu o título de canto nacional em 14 de julho de 1795.



Foto: Nara Franco

Arco do Triunfo

Depois da Torre Effeil, qual monumento tem mais cara de Paris do que o Arco do Triunfo? Nenhum. São dois passeios obrigatórios quando se está na capital francesa. Em francês, Arc de Triomphe, foi construído em homenagem às vitórias militares de Napoleão Bonaparte em 1806. Inaugurado trinta anos depois, tem gravado os nomes de 128 batalhas e 558 generais. É monumental. 

Em sua base está o túmulo do soldado desconhecido, inaugurado em 1920, para homenagear os soldados franceses que lutaram na Primeira Guerra Mundial. Na Segunda Guerra, Hitler, quando tomou Paris, marchou sob os arcos como forma de demonstrar seu poder diante do que o monumento representa para o orgulho francês. Não estava errado. O Arco simboliza o patriotismo blue e tem uma vista é incrível. Por isso, não deixe de subir ao topo do Arco para entender o desenho da capital francesa. Mas prepare as pernas. 

Foto: Nara Franco
Há guias em diversos idiomas, uma simpática loja de souvernirs, um museu contando a história da construção, banheiros e bebedouros. Não há lanchonete. Ah! Tem escadas a perder de vista. Não deixa de ser cansativo, mas sempre vale a pena quando o assunto é Paris, uma cidade onde cada azulejo, cada maçaneta tem uma incrível história para contar. A arquitetura do local esconde detalhes que falam muito sobre a história militar da França, então guarde um tempo embaixo do arco, apreciando cada escultura, cada nome gravado. Sem falar que ele começa ou termina, a depender de onde se está indo, na avenida mais famosa da cidade, a Champs Elysées. 

Minha dica é começar pelo arco e depois descer a avenida

O arco localiza-se na Praça Charles De Gaulle e junto com as dezenas avenidas que desembocam nelas, formam uma linda estrela. Outra dica é tentar comprar o ingresso com antecedência para evitar filas e os infalíveis batedores de carteiras que estão presentes em todos os monumentos franceses. 

Informações importantes:

Nos dias 24 e 27 de março o monumento estará FECHADO. O mesmo acontecerá no dia 27 de julho. Devido ao tempo, os horários de fechamento e abertura do Arco podem variar. Então consulte sempre o site oficial dos monumentos franceses

De 1 de abril a 30 de setembro, o Arco do Triunfo funciona de 10h às 23h. De 1 de outubro a 31 de março, de 10h às 22h30. A última entrada é aceita até 45 minutos antes do fechamento. 

Preços: 9,50 euros para adultos, 6 euros para estudantes, grupos de 20 pessoas sai a 7,50 euros cada pessoa. Menores de 18 anos não pagam. Cidadãos europeus entre 18-25 anos também entram de graça. 

E como sempre, indico o metrô: linhas 1, 2 e 6 na estação Charles de Gaulle.