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23 de outubro de 2012

Cripta dos Capuchinhos

Antes de chegar a deslumbrante Fontana di Trevi, dê um pulo na Via Vitorio Veneto número 27 e conheça a Cripta dos Freis Capuchinhos. É um passeio rápido, mas impressionante. O lugar fica bem pertinho da estação de metrô Barberini/Fontana de Trevi e vale muito pelo inusitado do local.

A cripta ou Sala dos Ossos fica embaixo da igreja e é o destino final de um passeio que começa bem tecnológico no museu que conta toda a história dos freis capuchinhos. Fotografias não são permitidas no local. O museu conta com acessórios, roupas e objetos pertecentes à congregação. Alguns são muito antigos e mostram a presença da igreja na vida dos italianos desde muuuuuito tempo.


Santa Maria della Concezione dei Cappuccini ou Nossa Senhora da Conceição dos Capuchinhos é a igreja acima da bizarra sala dos ossos. Quando eu a visitei, o local estava em obra. Não deu para ver muita coisa. Apenas a pintura do Arcanjo Miguel de Guido Reni, que fotografei mesmo sendo proibido. 

A igreja foi encomendada pelo Papa Urbano VIII em 1626. O irmão do Papa, Cardeal Antonio Marcello Barberini, que era da ordem dos Capuchinhos, ordenou em 1631, que os restos de milhares de freis Capuchinhos fossem exumados e tranferidos para a famosa Sala dos Ossos. 
 
Os ossos foram colocados ao longo das paredes e os freis começaram também a enterrar seus próprios mortos lá, bem como os corpos de romanos pobres, cujas tumbas ficavam embaixo do chão da atual capela das Missas. A cripta tem agora os restos de 4 mil freis enterrados entre 1500-1870, divididos em cinco capelas. Eles estão presentes em todos os lugares: luminárias, adornos de parede. Alguns esqueletos estão intactos e ainda vestidos em hábitos franciscanos.
  Uma placa em uma das capelas diz em três idiomas: "O que você é agora, nós um dia fomos; o que somos agora, você será um dia". O lugar é extremamente bizarro. Há salas com apenas ossos da coluna, outra só com bacias e uma exclusiva para crânios (na foto abaixo). Todos os ossos estão dispotos de forma simétrica, formando figuras, quase instalações.

Ficheiro:Cripta Cappuccini.jpg
A cripta é pequena, por isso, gaste um tempo lá. Vá e volte do começo ao fim e veja os detalhes dessa arte bem macabra. São apenas cinco salas, temáticas. A primeira se chama "Cripta da Ressurreição" e os ossos estão dispostos numa representação de Jesus dando nova vida à Lázaro. Na sala 5, só há ossos de tíbia e fêmur. Tudo muito doido. Até pelo estado de conservação, que é surpreendente. 


Acima, a igreja, que foi constrída entre 1626 e 1631 e contem obras de artistas famosos como Guido Reni, Gherardo delle Notti, Mario Balassi, entre outros. Vários autores renomados visitaram a cripta e deixaram por escrito suas impressões. O Marquês de Sade a visitou em 1775; Mark Twain, no verão de 1867. Nathaniel Hawthorne descreve a cripta em seu romance O Fauno de Mármore.

O local está aberto à visitação de 9h às 12h, reabrindo às 15h até às 18h. Além da igreja, o ingresso dá direito a visitar o museu dos freis, a cripta e o convento. É proibida a entrada com camisetas ou shorts muito curtos. Em Roma, lembre-se, sempre ande com um chale na bolsa.

Mais informações no site oficial: http://www.cappucciniviaveneto.it. 

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