Depois de muito andar por Belém e conhecer três dos mais importantes pontos turísticos de Lisboa, tomei o caminho de volta à Baixa e achei que era muito justo sentar para degustar algo alcóolico e absorver tudo que vi durante o dia. Fazia frio, ventava muito e nada mais justo que uma cervejinha para aplacar a alma e, no meu caso, as dores nas pernas.
Mas, Narinha .. Cerveja? No frio?
Isso mesmo. Depois de andar muito nada pode ser mais gostoso que uma cerveja. Até mesmo quando o tempo "lá fora" diz o contrário. E outra: quando se tem esse maldito hábito do chope, o clima não chegar a ser assim tão relevante, né?
Os painéis de azulejos dão um clima antigo à Cervejaria Trindade, orgulho de Portugal. Foto: Nara Franco |
A primeira cerveja desceu tão rápido que o pobre garçom já trouxe a segunda logo num canecão para ver se eu ficava mais tempo por ali. Tadinho, né?
Há duas cervejarias Trindade em Lisboa: uma no Chiado e a segunda no Campo Pequeno. Minha escolha, por ser mais próxima ao hotel, foi a primeira opção. Subi pela Rua Garrett, a mais famosa do Chiado, e peguei a Rua Nova da Trindade, onde está a cervejaria. A princípio, pelo tamanho do lugar, você pode até achar que é programa furado. Mas, acredite: não é.
Essa é uma casa tradicional, onde famílias e amigos de variadas idades se juntam para jogar conversa fora e saborear a cerveja da casa, responsável pela fabricação da famosa Sagres. A casa funciona das 11h a 1h30. Todos os dias.
Escolha uma das "salas" e aprecie o vai e vem de garçons e boêmios. Por que salas, vocês devem estar perguntando? Como a maioria dos lugares em Portugal, a Cervejaria Trindade foi um convento. O Átrio, como eles chamam, é a entrada. Em seguida, tem o refeitório, onde eu sentei. Os painéis de azulejos nas paredes dão um toque muito interessante ao lugar e você se sente realmente em um bar diferente. No site da cervejaria, toda a história do Convento da Trindade, da fabricação da cerveja que dá nome ao lugar e das salas que hoje estão por lá, está minimamente detalhada.
Bebi, bebi e chegou a hora de comer. A especialidade da casa é bife. Há vários tipos. Todos vêm em uma frigideirinha, com molho e batata frita. Comi também um bolinho de bacalhau, que, sinceramente, é melhor no Brasil. Mas o bife é bem gostoso. Super macio.
Ah! Em todas as mesas há um couvert padrão: pão, queijo, manteiga. Você só paga se consumir. Fica tudo fechadinho. Eu não comi porque - confesso - estava de olho no super bife.
Devidamente bebida e comida, já com a perninha anestesiada, desci a ladeira no embalo e fui direto pro hotel. Pena que o ar frio dá um baque naquela sensação boa de estar de porre. Quando ela ainda é boa, claro. Só digo uma coisa: dormi como um bebê!
Trindade é nome santo. A cerveja deve ser boa.
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